No Hospital
Regional do Agreste (HRA), nove pessoas estão há quase um mês à espera de
cirurgias, mas os procedimentos são remarcados por falta de médicos
anestesistas. Os acompanhantes dos pacientes foram nesta segunda-feira (2) ao
Ministério Público de Pernambuco (MPPE), localizado em Caruaru,
no Agreste pernambucano, para denunciar a situação da unidade.
O caso foi mostrado
pela segunda vez no ABTV 2ª Edição. Quando a primeira reportagem foi exibida, no sábado
(30), o diretor-médico do HRA, Carlos Laerson, informou que estariam
trabalhando apenas dois anestesistas. Ainda de acordo com o diretor, a
Cooperativa dos Médicos Anestesistas do Interior de Pernambuco não estaria
cumprindo o compromisso firmado para que a instituição supra a necessidade do
hospital, que seria de quatro médicos anestesistas.
No ABTV 2ª Edição
desta segunda, o presidente da Cooperativa, Francisco Salviano, afirmou que o
HRA não teria solicitado profissionais. “O procedimento normal seria da
seguinte maneira: mandar o número de cirurgias que iria haver, para a gente
providenciar os profissionais”, disse Salviano.
Em nota, a
assessoria de imprensa do HRA reafirmou a necessidade de quatro médicos
anestesistas. “No entanto, a cooperativa não está cumprindo o contrato,
liberando apenas dois profissionais para o HRA. Vale salientar que o Hospital
Regional já está notificando a Coopagreste sobre esse fato”, comunicou.
O Ministério
Público de Pernambuco ainda não se pronunciou sobre a situação.
Entenda o caso
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Pres. da Cooperativa, afirmou que o HRA
não teria solicitado mais profissionais.
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O Hospital Regional
do Agreste (HRA) está há dois fins de semana sem a quantidade suficiente de
anestesistas, segundo Carlos Laerson, diretor-médico da unidade. Nesses
plantões, trabalham apenas dois anestesistas para atender às urgências. Pessoas
estão internadas há quase um mês, dependendo desses profissionais.
Alguns dos pacientes
têm cálculos e outros têm tumores nas vias biliares, importantes para o
funcionamento de órgãos como o fígado. “Faz 20 dias que estou com minha mãe
aqui, ela é de idade, 80 anos, e sem fazer o procedimento, que já foi marcado
três vezes”, conta a costureira Mônica Gonzaga.
Dentre os nove
pacientes à espera dos profissionais, está a mãe da agricultora Eliane Maria da
Silva. Ela tem uma indicação de cirurgia imediata prescrita por um médico da
Unidade de Pronto Atendimento (UPA). “A gente vai fazer o quê? Não tem
condições de fazer cirurgia paga e espera pelo governo e nada. O médico está
fazendo a parte dele, está vindo. Já foi adiada a cirurgia quatro vezes com
essa”, afirma.
De acordo, com o
médico endoscopista Guilherme Canejo, responsável pelas cirurgias, os pacientes
correm sérios riscos. “Eles podem desenvolver, posteriormente, infecções
gravíssimas e outras complicações como infecções nos órgãos adjacentes. No
pâncreas, por exemplo, levando a situações graves como uma pancreatite aguda”,
explicou.
Fonte: G1 Caruaru
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