quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Justiça suspende afastamento de secretário de Saúde de Pernambuco

O presidente do TRF5 (Tribunal Regional Federal da 5ª Região), Francisco Wildo Lacerda Dantas, suspendeu, ontem, quarta-feira (27), decisão de primeira instância que determinava o afastamento do secretário de Saúde de Pernambuco, Antonio Carlos Figueira.
Um dia antes da decisão do TRF5, Figueira havia sido afastado após ação de dois médicos, em 2012, alegando que a nomeação feriu princípios da impessoalidade e da moralidade, porque ele presidiu, até a véspera de sua nomeação para o governo, o Imip (Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira), que administra a maior parte dos serviços de saúde no Estado. 
Desde 2011 –quando Figueira tomou posse, a entidade recebeu R$ 600 milhões do Estado para administrar três grandes hospitais e várias unidades de pronto-atendimento no Estado. O valor é mais que o dobro repassado nos três anos anteriores, entre 2008 e 2010, quando Figueira presidia o instituto.
Antônio Figueira é considerado um dos secretários mais influentes do Estado e é cotado como possível candidato do PSB apoiado pelo governador Eduardo Campos (PSB) para a sucessão 2014.
Suspensão
O pedido de suspensão foi feito pelo governo do Estado, que pediu a anulação da sentença da 1ª Vara Federal de Pernambuco, que declarou nulo o ato de nomeação do secretário e o ato da Secretaria de Saúde que fechou o Centro de Transplante de Medula Óssea da Fundação Hemope (Hemocentro de Pernambuco), em 2012.
"O afastamento do agente político, antes de se conferir ao réu a oportunidade de provocar a reapreciação do ato judicial, representa inequívoca ameaça à ordem pública, em sua acepção administrativa, na medida em que o Judiciário se imiscui, indevidamente, na prerrogativa do Governador do Estado de escolher e destituir seus colaboradores, nomeando-os e exonerando-os livremente, nos termos da Constituição Federal", escreveu o desembargador em sua decisão.
O presidente do TRF5 também acolheu o argumento do Estado de que que o encerramento das atividades do centro de transplante consistiu em "política pública, objetivando alcançar maior eficiência no atendimento aos pacientes, oferecendo-lhes um atendimento de última geração a um custo significativamente mais reduzido".
A ação
A ação popular contra a nomeação do secretário e questionando o fechamento do centro de transplante foi movida pelo ex-presidente do Sindicato dos Médicos de Pernambuco Antonio Jordão de Oliveira Neto e pela diretora da Associação dos Amigos do Transplante de Medula Óssea Liliane Medeiros Viana Peritore, em 2012.
A ação questionou que o instituto mantém vários contratos com o governo do Estado e, por isso, o presidente da instituição não poderia ser indicada para o cargo. Entre 2010 e 2012, os postulantes informaram que o valor pago em contratos do Estado com o Imip duplicaram. 
Já sobre o centro de transplante, o argumento foi de que a transferência de atividades para o Hospital Português gerou gastos extras para o SUS (Sistema Único de Saúde) e reduziu a capacidade de oferta de leitos.
Outro lado
Em nota, o Imip disse que vários integrantes de seu quadro já foram convocados para outros cargos, para exercer funções em secretarias municipais e estadual e no Ministério da Saúde.
O instituto ainda defendeu a manutenção do atual secretário no cargo. "Não podemos aceitar que um nosso ex-presidente seja de qualquer forma atingido por ter sido um funcionário sério, ético e competente durante todo o período em que aqui esteve", ressaltou.
O instituto, porém, não comentou o aumento de recursos repassados pelo governo do Estado à entidade desde que Figueira assumiu a secretaria.
Fonte: Uol Maceió

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