Na próxima
segunda-feira, os servidores do Hospital Getúlio Vargas (HGV) iniciam uma greve
por tempo indeterminado. A paralisação foi decidida em assembleia da categoria,
realizada na manhã desta sexta-feira.
No encontro, a classe discutiu a situação estrutural da unidade de saúde
que, segundo os trabalhadores, apresenta rachaduras e desnível entre as
estruturas, principalmente no bloco G. Diante do risco,os servidores resolveram
cruzar os braços para exigir da Secretaria Estadual de Saúde (SES) uma solução
para o problema.
De acordo com o Sindicato dos Servidores dos Trabalhadores da Saúde e
Previdência Social (Sindsprev-PE), nos últimos dias as condições da estrutura
física do prédio foram agravadas com o desabamento de parte do reboco do teto
da sala de recuperação do bloco cirúrgico. Apesar de não deixar feridos, o
acidente causou o adiamento de diversas cirurgias e expôs a situação da unidade
de saúde.
Após denúncias do Sindsprev, as obras de recuperação estrutural, interrompidas
em maio, foram retomadas no mês passado. No entanto, os trabalhadores denunciam
que o edifício não foi interditado e os cerca de dois mil funcionários continuam
trabalhando no local.
Esta semana, o sindicato solicitou dos Ministérios Público Federal e
Público do Trabalho a imediata interdição do bloco G até que as obras de
recuperação do local sejam concluídas. Em sua argumentação, o Sindsprev destaca
que os incidentes recentes colocam em xeque o atestado de que o prédio não
representa risco.
Segundo a diretora do Sindsprev Isabel Fabrício, após o início das obras
do terminal de ônibus, começaram a surgir mais fendas no prédio e é possível
sentir tremores na estrutura.
A direção do HGV divulgou uma nota oficial. Confira o documento na
íntegra:
A direção do Hospital Getúlio Vargas esclarece que, conforme os diversos
laudos emitidos pelos órgãos de fiscalização competentes, que garantem a
segurança da edificação, a unidade continua prestando assistência aos usuários
do SUS.
A direção ressalta, ainda, que enquanto durarem as obras de reforço
estrutural dos Blocos A e G e separação das passarelas que os unem, que têm
prazo de execução de seis meses, a Defesa Civil do Governo de Pernambuco irá
realizar o monitoramento semanal na unidade e engenheiros da Secretaria da
Saúde realizarão inspeções diárias nas áreas do hospital para averiguar a
situação predial, prevenindo possíveis desprendimentos de materiais e,
garantindo, assim, a segurança de todos dentro do Getúlio Vargas.
As obras, que foram iniciadas em agosto, são fundamentais para anular o
impacto de acomodação do solo e diminuir a atuação de esforços sob e as
estruturas dos prédios, fazendo com que não haja o desprendimento de materiais
e que não surjam fissuras e rachaduras.
Nesta semana, foram realizadas inspeção e recuperação do forro de gesso
do bloco cirúrgico da unidade e, após visita técnica da Defesa Civil do Governo
de Pernambuco, a área foi liberada, já que não apresentava risco para pacientes
e trabalhadores.
Fonte: Diário de Pernambuco