terça-feira, 25 de agosto de 2015

SES/PE - Apesar de liminar da justiça que pede o fim dos contratos verbais, administração continua mantendo precarizados nas unidade de saúde na rede estadual de saúde



O blog vem acompanhando e denunciando os desmandos nos hospitais da rede pública estadual de saúde e o Hospital Regional do Agreste (HRA) tem sido referência do descumprimento dos princípios administrativos que deveriam servir para aprimorar a gestão, mas infelizmente está sendo desrespeitada sem nenhum constrangimento.
No artigo 37, inciso II da Constituição Federal de 1988, estabeleceu a regra da obrigatoriedade da aprovação em concurso público como forma de investidura em cargos ou empregos na esfera da administração pública, ressalvados os cargos comissionados e as contratações temporárias para atender excepcional interesse público, conforme Art. 37, inciso IX do Ordenamento Jurídico Pátrio.
Em Pernambuco vive hoje uma situação inusitada, em várias secretarias de governo, em especial na Secretaria Estadual de Saúde (SES/PE) existem trabalhadores exercendo atividade sem vínculo empregatício com o Governo do Estado.
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) através da 4º Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania de Caruaru (4ª-PJDC) detectou no ano de 2012 várias irregularidades no HRA, inclusive a contratação verbal de pessoal para exercerem atividades na área de Medicina, Enfermagem, Nutrição, Radiologia... A conduta adotada pela gestão da unidade não seguiu as normas estabelecidas na legislação vigente. No mesmo ano, a citada Promotoria, publicou no Diário Oficial de Pernambuco (DOPE) a Recomendação 01/2012 cobrando providências ao Governo do Estado, dentre outras, pediu a extinção dos contratos precarizados feitos através de pagamento de empenho.
Três anos se passaram desde que o MPPE recomendou o Estado que acabasse com a prática, mas ao contrário do que foi solicitado pelo órgão ministerial, o ilícito, ao invés de ter seu fim sancionado, só fez aumentar nesse período, numa verdadeira demonstração que o Estado está acima da lei.
No mês de abril deste ano (2015), a mesma Promotoria de Justiça, que havia recomendando ao Estado que extinguisse os contratos verbais, ingressou com uma Ação Civil Pública (ACP) contra SES/PE e Governo de Pernambuco, para que os mesmos se abstivessem, imediatamente, de contratar verbalmente prestadores de serviço, mediante pagamento de empenho ou plantão extra sem seguirem as normas vigentes.
O juiz de direito, Dr. José Fernando Santos de Souza, atendendo o pleito do MPPE concedeu liminar estabelecendo um prazo de 60 dias para que a SES/PE acabasse com a prática ilegal. O prazo expirou em 27 de junho último e a prática continua sem que haja qualquer punição aos que descumpriram a determinação judicial.
Depois da ACP o pagamento dos salários dos prestadores começou a atrasar, o débito chegou há quatro meses e no mês passado, na capital começou surgir as primeiras manifestações dos precarizados, exigindo do Governo do Estado o imediato pagamento dos seus vencimentos.
A semana passada foi a vez dos prestadores precarizados do HRA fazerem seu protesto, inclusive com a cobertura ao vivo da imprensa televisiva local, dando enfoque ao um movimento que expôs, de forma vergonhosa, as mazelas da administração do Estado.
Segundo informações de bastidores, após o ato que não se limitou só a Caruaru, o Secretário de Saúde, Dr. José Iran Costa Júnior, recebeu na última quinta-feira (20) na SES/PE, uma comissão que representava o pessoal do empenho para uma reunião de conciliação, em pauta constava: Pagamento dos salários atrasados, data base para recebimento dos vencimentos, direitos trabalhistas, valor único para todas as unidades de saúde, aumento imediato dos empenhos (plantão extra), dentre outros. Uma cópia da pauta foi enviada para a redação deste blog e na mesma, o secretário pactuou com o precarizados algumas das demandas apresentadas pelos trabalhadores, inclusive ele se comprometeu se posicionar sobre as questões trabalhistas.
Clique AQUI e confira a pauta e o compromisso do secretário em atender as demandas dos empenhados.
Comentários do Roberto Marinho
Fico sem palavras diante de tamanho absurdo administrativo e da neutralidade das autoridades constituídas do Pernambuco. Não desmerecendo o direito pleiteado pelos trabalhadores, mas o Estado tem sido um péssimo exemplo de gestão, estabelecendo regras, descumprindo a legislação e criando mecanismos contrários ao que diz o seu próprio Regime Jurídico Estadual, tudo isso sem a mínima preocupação com os atos ímprobos praticados dia e noite pelos seus agentes, até parece que o guardião da lei do Estado está adormecido e não ver nada do que está se passando.
Não tem como não se indignar, pois para quem nasceu na “terra dos altos coqueiros! De belezas soberbo estendal!” Isso é um atentado a “Nova Roma de bravos guerreiros” e compromete o que se acredita ser, há séculos o que diz o Hino de Pernambuco: "Do futuro és a crença, a esperança, desse povo que altivo descansa, como o atleta depois de lutar... No passado o teu nome era um mito, era o sol a brilhar no infinito, era a glória na terra a brilhar!"
Não quero deixar de acreditar que somos “no presente guarda avançada, sentinela indormida e sagrada, que defende da Pátria os lauréis”, pois Pernambuco precisa continuar sendo imortal, imortal, imortal.
Está na hora de moralizar este Estado para que voltemos a nos sentir orgulhosos de fazer parte da pátria "República de Olinda".
Fonte: A Hora da Renovação

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

HRA - Falta de segurança leva funcionários a procurar a DPC



Na noite da última terça-feira (18) plantonistas do Hospital Regional do Agreste (HRA) procuraram a Delegacia de Polícia Civil (DPC) em Caruaru para registrar um Boletim de Ocorrência (BO) pelo desaparecimento de um paciente que estava internado na unidade, pois segundo testemunhas, o mesmo havia se evadido do hospital tomando destino ignorado.
No BO também ficou registrado que a falta de vigilantes na instituição tem gerado pânico em algumas pessoas, pois o hospital possui dois queches de Bradesco e isso propicia investida de assaltantes que se utilizam de dinamites para arrombar as máquinas e pegarem o dinheiro.
Essa já é segunda vez que funcionários da unidade procuram a DPC, a primeira vez foi no sábado (1/8), na oportunidade eles também denunciaram o descaso administrativo da gestão e pediram proteção policial.
Em audiência na Câmara de Vereadores de Caruaru, realizada na manhã terça-feira (18), o diretor do HRA, José Alves Bezerra, convidado pelos parlamentares para esclarecer a falta de segurança na instituição e sobre a precarização no atendimento de pacientes pela falta de material hospitalar.
Da tribuna, o Bezerra elogiou a atuação dos profissionais da unidade, afirmando que eles são essenciais para manutenção da assistência aos pacientes, que os mesmos estão trabalhando assustados, pois não há controle na portaria, ninguém sabe quem entra e quem sai do hospital, gerando insegurança geral, tanto nos funcionários quanto nos pacientes e acompanhantes.
A fala do diretor foi no sentido de se solidarizar com os funcionários e não de sanar o problema, pois como a Secretaria de Estadual de Saúde (SES/PE) já tem ciência da situação de caos que vive o HRA e nada fez, ele como gestor da unidade deveria, pelo menos, solicitar da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) um suporte para garantir a segurança no local, e não ir para imprensa exaltar o heroísmo dos funcionários, que além da atividade insalubre que exerce, ainda expõem suas vidas em risco pela inoperância da gestão estadual.
É preciso que a direção do HRA, já que a SES/PE não faz nada, buscar ajuda das autoridades policiais até que seja resolvido o impasse entre o Governo do Estado e a Empresa de Vigilância Rimas, o que não pode é os profissionais estarem vivendo esse clima de insegurança.
Fonte: A Hora da Renovação

terça-feira, 18 de agosto de 2015

HRA - Prestadores de serviço reivindicam pagamento de salários atrasados



Na manhã desta terça-feira (18), profissionais de enfermagens que prestam serviços no Hospital Regional do Agreste (HRA) realizaram um protesto para chamar a atenção da comunidade sobre descaso do Governo Estado.
O grupo se concentrou na frente da unidade, segurando cartazes e gritando palavras de ordem, exigindo o pagamento de seus vencimentos, que estão atrasados há quatro meses.
Um dos integrantes do protesto afirmou que era do plantão extra, que estava na unidade para complementar à necessidade do hospital e que não tem vínculo empregatício nenhum, mas como trabalhador reivindica o pagamento dos salários atrasados, caso não seja atendido o pleito, o grupo está disposto a paralisar suas atividades.
São mais de 120 profissionais nessa situação, sem falar do pessoal do quadro do Estado, que também tem alguns que trabalha em regime de plantão extra e recebem através de pagamento avulso, ou seja, através de empenho como os prestadores.
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) através da 4º Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania de Caruaru (4ª-PJDC) moveu no mês de abril uma Ação Civil Pública (ACP) contra o Governo do Estado, para que o mesmo se abstivesse, imediatamente, de contratar verbalmente prestadores de serviço, arregimentados mediante pagamento de empenho ou plantão extra, em substituição a médicos e servidores de apoio.
A decisão proferida pelo juiz José Fernando Santos de Souza, previa o afastamento de todos os prestadores de servço do HRA que atuavam nas condições precárias de contratos, para isso deu um prazo de sessenta dias para que a SES/PE encerrasse com a prática ilegal. O prazo estabelecido na liminar já expirou dia 27 de junho e até hoje não se tem notícia do que o MPPE fez, se prorrogou esse prazo ou se liminar foi cassada pelo Tribunal de justiça de Pernambuco (TJPE), que exerce muito bem esse papel, ou seja, tudo continua do mesmo jeito, a prova disso de hoje realizado pelo pessoal do empenho.
O Governo do Estado exerce a improbidade administrativa sem nenhum constrangimento de sofrer qualquer sanção por parte do judiciário, pois se acredita que ele está acima do bem e do mal, ou seja, ele exerce um poder imperial sobre os outros poderes. 
Até quando vamos ter que assistir esses desmandos?  
Fonte: A Hora da Renovação

MPPE recomenda que o Hospital Santa Efigênia reabra setor de transplantes




Após recomendação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) a Casa de Saúde Santa Efigênia poderá voltar a realizar transplantes via Sistema Único de Saúde (SUS) em Caruaru, Agreste de Pernambuco. A proposta foi divulgada após uma reunião realizada na última segunda-feira (17). A assessoria de comunicação da unidade de saúde disse que se pronunciará nesta terça-feira (18), em entrevista coletiva.
No encontro com os diretores da unidade de saúde, além dos transplantes, também foi discutida a necessidade de continuar o tratamento dos pacientes pós-transplantados. De acordo com a nota enviada pelo MPPE, representantes do hospital devem “manter contato com os pacientes que tiveram procedimentos suspensos – desde o dia 11 de agosto – agendando-os para data mais próxima”.
O promotor de Justiça, Paulo Augusto Oliveira, informou que o cancelamento do serviço não poderia ter sido realizado da forma que foi feito. “Os diretores da Casa de Saúde deveriam ter buscado a secretaria de Saúde para comunicar o fechamento formalmente, por causa da existência dos contratos”, explicou. Segundo ele, representantes da Santa Efigênia alegaram que os transplantes deixaram de ser realizados devido às pendências de repasse de verbas por parte do Governo do Estado
Uma outra reunião foi marcada para a quinta-feira (20), no Ministério Público. O objetivo é esclarecer as pendências apontadas pelo hospital e saber quais providências serão tomadas pelo governo estadual.
Entenda o caso
O anúncio do cancelamento temporário dos transplantes de rins na Santa Efigênia foi realizado na quinta-feira (13), pelo diretor médico da unidade de saúde onde os pacientes eram submetidos ao procedimento. José Galvão informou que o hospital não era credenciado ao Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento ambulatorial necessário a quem passa por este tipo de cirurgia. Cerca de 300 pacientes já foram transplantados na unidade, ainda segundo a direção. Um protesto foi realizado em frente ao local.
A Central de Transplantes de Pernambuco esclareceu ao G1 – em nota encaminhada pela assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde do Estado (SES) – que “a Casa de Saúde Santa Efigência, em Caruaru, é credenciada junto ao SUS para realização de transplante de rim, além do oferecimento de toda linha de cuidado com o paciente. Até o momento, a Central não foi comunicada oficialmente sobre uma suspensão de serviços na unidade”.
Credenciamento
Em entrevista ao Jornal das 7 – da Globo FM – o diretor médico José Galvão adiantou que o serviço está interrompido já a partir desta quinta. “O coordenador do setor de transplante de rins, José Abílio, está comunicando oficialmente ao Ministério da Saúde e à Central de Transplante do estado a suspensão temporária do serviço de transplante do Hospital Santa Efigênia”.
Sobre o motivo, o médico José Galvão explicou: “Logo que nós compramos o hospital, há mais ou menos seis meses, a condição financeira em que se encontrava o transplante não estava bem. Para que o transplante funcione adequadamente é preciso que o paciente tenha acompanhamento eterno. Qualquer tipo de intercorrência que haja – independente de que seja um problema no rim, ele precisa do suporte do hospital e este precisa estar pronto para ser admitido e tratado […] O hospital é credenciado para transplante, mas para as complicações pós-transplante, o hospital nunca teve um credenciamento”.
Galvão disse ainda que cerca de 300 transplantes foram realizados, até então, na unidade. “A nossa auditoria provou e a própria Central de Transplante do estado confirma que há repasses do SUS que eram para serem feitos para o Santa Efigênia, mas que não eram repassados porque o hospital não é credenciado para esse tipo de tratamento […] O que a gente quer é buscar do SUS esse credenciamento. Isso não acontece do dia para a noite, depende de vários documentos que são entregues ao SUS, de licitações, de uma série de condições burocráticas que existem nisso”.
Atendimento ambulatorial
A professora Josélia Roseno, de anos 61, afirma ter uma filha transplantada, de 43. A paciente passou pelo procedimento há cinco anos e era atendida mensalmente no ambulatório da unidade de saúde. “Agora, ela e os demais pacientes de Caruaru e região deverão ser atendidos provavelmente em Recife, mas nós não sabemos ainda como será no próximo mês. Estamos aguardando que o hospital comunique”.
A Central de Transplante de Pernambuco esclareceu, ainda em nota, que “já está entrando em contato com o local para analisar a situação […] reforça ainda que nenhum paciente acompanhado na unidade ficará sem assistência e que, se necessário, todos serão encaminhados para outros serviços transplantadores do estado – Imip [e Hospital Português [no Recife]”.
Fonte: Jornal de Caruaru