terça-feira, 18 de agosto de 2015

MPPE recomenda que o Hospital Santa Efigênia reabra setor de transplantes




Após recomendação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) a Casa de Saúde Santa Efigênia poderá voltar a realizar transplantes via Sistema Único de Saúde (SUS) em Caruaru, Agreste de Pernambuco. A proposta foi divulgada após uma reunião realizada na última segunda-feira (17). A assessoria de comunicação da unidade de saúde disse que se pronunciará nesta terça-feira (18), em entrevista coletiva.
No encontro com os diretores da unidade de saúde, além dos transplantes, também foi discutida a necessidade de continuar o tratamento dos pacientes pós-transplantados. De acordo com a nota enviada pelo MPPE, representantes do hospital devem “manter contato com os pacientes que tiveram procedimentos suspensos – desde o dia 11 de agosto – agendando-os para data mais próxima”.
O promotor de Justiça, Paulo Augusto Oliveira, informou que o cancelamento do serviço não poderia ter sido realizado da forma que foi feito. “Os diretores da Casa de Saúde deveriam ter buscado a secretaria de Saúde para comunicar o fechamento formalmente, por causa da existência dos contratos”, explicou. Segundo ele, representantes da Santa Efigênia alegaram que os transplantes deixaram de ser realizados devido às pendências de repasse de verbas por parte do Governo do Estado
Uma outra reunião foi marcada para a quinta-feira (20), no Ministério Público. O objetivo é esclarecer as pendências apontadas pelo hospital e saber quais providências serão tomadas pelo governo estadual.
Entenda o caso
O anúncio do cancelamento temporário dos transplantes de rins na Santa Efigênia foi realizado na quinta-feira (13), pelo diretor médico da unidade de saúde onde os pacientes eram submetidos ao procedimento. José Galvão informou que o hospital não era credenciado ao Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento ambulatorial necessário a quem passa por este tipo de cirurgia. Cerca de 300 pacientes já foram transplantados na unidade, ainda segundo a direção. Um protesto foi realizado em frente ao local.
A Central de Transplantes de Pernambuco esclareceu ao G1 – em nota encaminhada pela assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde do Estado (SES) – que “a Casa de Saúde Santa Efigência, em Caruaru, é credenciada junto ao SUS para realização de transplante de rim, além do oferecimento de toda linha de cuidado com o paciente. Até o momento, a Central não foi comunicada oficialmente sobre uma suspensão de serviços na unidade”.
Credenciamento
Em entrevista ao Jornal das 7 – da Globo FM – o diretor médico José Galvão adiantou que o serviço está interrompido já a partir desta quinta. “O coordenador do setor de transplante de rins, José Abílio, está comunicando oficialmente ao Ministério da Saúde e à Central de Transplante do estado a suspensão temporária do serviço de transplante do Hospital Santa Efigênia”.
Sobre o motivo, o médico José Galvão explicou: “Logo que nós compramos o hospital, há mais ou menos seis meses, a condição financeira em que se encontrava o transplante não estava bem. Para que o transplante funcione adequadamente é preciso que o paciente tenha acompanhamento eterno. Qualquer tipo de intercorrência que haja – independente de que seja um problema no rim, ele precisa do suporte do hospital e este precisa estar pronto para ser admitido e tratado […] O hospital é credenciado para transplante, mas para as complicações pós-transplante, o hospital nunca teve um credenciamento”.
Galvão disse ainda que cerca de 300 transplantes foram realizados, até então, na unidade. “A nossa auditoria provou e a própria Central de Transplante do estado confirma que há repasses do SUS que eram para serem feitos para o Santa Efigênia, mas que não eram repassados porque o hospital não é credenciado para esse tipo de tratamento […] O que a gente quer é buscar do SUS esse credenciamento. Isso não acontece do dia para a noite, depende de vários documentos que são entregues ao SUS, de licitações, de uma série de condições burocráticas que existem nisso”.
Atendimento ambulatorial
A professora Josélia Roseno, de anos 61, afirma ter uma filha transplantada, de 43. A paciente passou pelo procedimento há cinco anos e era atendida mensalmente no ambulatório da unidade de saúde. “Agora, ela e os demais pacientes de Caruaru e região deverão ser atendidos provavelmente em Recife, mas nós não sabemos ainda como será no próximo mês. Estamos aguardando que o hospital comunique”.
A Central de Transplante de Pernambuco esclareceu, ainda em nota, que “já está entrando em contato com o local para analisar a situação […] reforça ainda que nenhum paciente acompanhado na unidade ficará sem assistência e que, se necessário, todos serão encaminhados para outros serviços transplantadores do estado – Imip [e Hospital Português [no Recife]”.
Fonte: Jornal de Caruaru

Nenhum comentário:

Postar um comentário