No
Recife, está faltando remédio pros pacientes que fazem tratamento contra o
câncer num hospital de referência.
Silvana
tem câncer de mama há dois anos. Desde março, ela não encontra remédios e há 15
dias ela não consegue fazer a quimioterapia. "O tempo é muito importante,
é uma corrida contra o tempo”, diz.
O
problema é que o Hospital Universitário Oswaldo Cruz, referência em atendimento
de pacientes com câncer em Pernambuco, está sem remédios para o tratamento. No
setor de oncologia do hospital, a lista preocupa: faltam 21 remédios e o
estoque de outros seis está acabando.
Mais
de mil pacientes fazem tratamento no hospital. Camila está sem remédio e sem
previsão. "Eu hoje dependo dele pra viver”, diz.
Outro
problema é que o setor de radioterapia tem aparelhos novos ainda nas caixas há
anos.
Para
piorar, o diretor do hospital assinou uma ordem de serviço na terça-feira (7)
suspendendo o tratamento de novos pacientes na UTI e as cirurgias de médio e
alto risco.
Ele
ainda mandou evitar a internação de quem precise de antibióticos de última
geração.
Na
quinta-feira (9), o diretor disse que a licitação para a compra dos remédios
está pronta, mas que falta dinheiro para o hospital.
"Nós
temos uma reserva muito pequena e anualmente a gente tem sido socorrido, seja
pela universidade, seja pelo governo do estado, com aporte de verbas para
recomposição dos nossos estoques. Tudo isso está licitado, tem inclusive
empenho, já pronto pra ser assinado, mas falta exatamente recurso financeiro”,
diz o gestor-executivo do hospital, Bento Bezerra.
Depois
da denúncia da falta de remédios, a reitoria da Universidade de Pernambuco, que
administra o Hospital Oswaldo Cruz, afastou na tarde desta quinta-feira (9)
três funcionários do setor financeiro e decidiu também criar uma equipe para
encontrar soluções para a crise do hospital. A direção informou que, em pelo
menos dez dias, metade dos remédios deve começar a chegar.
O
Ministério da Saúde afirma que tem repassado dinheiro pro hospital todos os
anos e de forma crescente. A Secretaria de Saúde de Pernambuco declarou que os
pacientes do hospital vão ser tratados em outros centros de referência.
Fonte: Jornal Nacional
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