Transplantes de rins deixam
de ser realizados temporariamente em Caruaru, no Agreste de Pernambuco. O anúncio foi feito à imprensa na manhã da
última quinta-feira (13), pelo diretor médico da unidade de saúde onde os
pacientes eram submetidos ao procedimento. Segundo José Galvão, o hospital não
é credenciado ao Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento ambulatorial
necessário a quem passa por este tipo de cirurgia. Cerca de 300 pacientes já
foram transplantados na unidade, ainda segundo a direção. Um protesto foi
realizado em frente ao local.
A Central de Transplantes de
Pernambuco esclareceu ao G1 - em nota encaminhada pela
assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde do Estado (SES) - que "a
Casa de Saúde Santa Efigência, em Caruaru, é credenciada junto ao SUS para
realização de transplante de rim, além do oferecimento de toda linha de cuidado
com o paciente. Até o momento, a Central não foi comunicada oficialmente sobre
uma suspensão de serviços na unidade".
Credenciamento
Em entrevista ao Jornal das 7 - da Globo FM - o diretor médico José Galvão adiantou que o
serviço está interrompido já a partir desta quinta. "Hoje, o coordenador
do setor de transplante de rins, José Abílio, está comunicando oficialmente ao
Ministério da Saúde e à Central de Transplante do estado a suspensão temporária
do serviço de transplante do Hospital Santa Efigênia".
Sobre o motivo, o médico José
Galvão explicou: "Logo que nós compramos o hospital, há mais ou menos seis
meses, a condição financeira em que se encontrava o transplante não estava bem.
Para que o transplante funcione adequadamente é preciso que o paciente tenha
acompanhamento eterno. Qualquer tipo de intercorrência que haja - independente
de que seja um problema no rim, ele precisa do suporte do hospital e este
precisa estar pronto para ser admitido e tratado [...] O hospital é credenciado
para transplante, mas para as complicações pós-transplante, o hospital nunca
teve um credenciamento".
Galvão disse ainda que cerca de 300 transplantes
foram realizados, até então, na unidade. "A nossa auditoria provou e a
própria Central de Transplante do estado confirma que há repasses do SUS que
eram para serem feitos para o Santa Efigênia, mas que não eram repassados
porque o hospital não é credenciado para esse tipo de tratamento [...] O que a
gente quer é buscar do SUS esse credenciamento. Isso não acontece do dia para a
noite, depende de vários documentos que são entregues ao SUS, de licitações, de
uma série de condições burocráticas que existem nisso".
Atendimento ambulatorial
A professora Josélia Roseno,
de anos 61, afirma ter uma filha transplantada, de 43. A paciente passou pelo
procedimento há cinco anos e era atendida mensalmente no ambulatório da unidade
de saúde. "Agora, ela e os demais pacientes de Caruaru e região deverão
ser atendidos provavelmente em Recife, mas nós não sabemos ainda como será no
próximo mês. Estamos aguardando que o hospital comunique".
A Central de Transplante de
Pernambuco esclareceu, ainda em nota, que "já está entrando em contato com
o local para analisar a situação [...] reforça ainda que nenhum paciente
acompanhado na unidade ficará sem assistência e que, se necessário, todos serão
encaminhados para outros serviços transplantadores do estado - Imip e Hospital
Português no Recife".
Fonte: G1 Caruaru e Região
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