quinta-feira, 14 de maio de 2015

Demissão em massa atinge UPAs administradas pelo IMIP

Surgidas em 2010 como solução para desafogar o atendimento da saúde pública no Estado, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) passam por delicado momento no início deste mês de maio. Demissões em massa são confirmadas nas UPAs administradas pela Fundação Professor Martiniano Fernandes (IMIP Hospitalar). Profissionais dos expedientes noturnos são os mais afetados. 
Uma funcionária – que prefere não se identificar – demitida nesta quarta (6), da UPA de Engenho Velho, em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife, conta detalhes da situação. “O Serviço Social da noite foi extinto, três pessoas foram demitidas. Através da gestora, soubemos que todas as unidades precisam diminuir 10% dos custos. Com isso, a UPA de Engenho Velho só vai ter um maqueiro durante o dia, assim como odontologia não vai funcionar à noite”. 
Segundo a profissional de saúde, o atendimento será absolutamente afetado. “Quem chegar lá à noite, não vai ter serviço. Casos de violência doméstica, por exemplo, onde o maior índice de casos é à noite, de madrugada. As pessoas terão que esperar até o outro dia para ter atendimento?”, questiona ao lembrar que, com apenas um maqueiro, o acolhimento necessário é praticamente impossível.
Demitida da UPA de Barra de Jangada, também em Jaboatão, outra assistente social aponta que o IMIP irá tirar os plantões noturnos de Serviço Social de todas as UPAs de sua administração. Tais unidades são as de Barra de Jangada, Engenho Velho, Cabo de Santo Agostinho, Olinda, Paulista, São Lourenço da Mata, Caruaru, Petrolina e Igarassu. “Em todos os setores, teve pelo menos um corte aqui. Rouparia, pessoal de coleta, técnicos de imobilização, enfermaria. Das 22h às 7h da manhã, a unidade ficará descoberta”, disse a funcionária demitida da UPA de Barra de Jangada. 
IMIP confirma redução de custos em todas as UPAs
Por meio de nota, o IMIP não especificou a quantidade de pessoas demitidas, mas confirmou o corte nos gastos. Segundo a Organização Hospitalar (OS) que gerencia nove UPAs na Região Metropolitana, a ação foi resultado de uma decisão do Governo estadual. Confira a nota, na íntegra:
“A Fundação Professor Martiniano Fernandes – IMIP HOSPITALAR, entidade responsável pela gestão das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Barra de Jangada, Cabo de Santo Agostinho, Engenho Velho, Olinda, Paulista, São Lourenço da Mata, Caruaru, Petrolina e Igarassu, vem a esclarecer que:
Recebeu o Oficio 085/2015, da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco, no qual faz menção ao Decreto Estadual nº 41.466/2015, cujo o objeto é a redução dos gastos públicos. O referido ofício comunica também que haverá prorrogação das metas atuais e que não haverá reajuste do valor do repasse relativo a inflação do ano de 2014. Em decorrência disso, está sendo realizado um plano emergencial de redução de custos em todas as unidades, sem que haja interferência na qualidade da assistência oferecida para a população pernambucana.”

Fonte: Leia Já