segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Médicos denunciam sucateamento do Hospital de Arcoverde



Um grupo de médicos do Hospital Regional de Arcoverde enviou ao blog nesta segunda-feira (30) uma carta-denúncia relatando diversas irregularidades na unidade, responsável pelo atendimento não somente a pacientes do município, mas de toda a região do Sertão do Moxotó, o que a eleva como um dos principais pontos de atendimento do estado.
Entre as razões apontadas para o atual sucateamento do local está a nomeação da médica recifense Laracy Soares de Melo pelo secretário estadual de Saúde, Antônio Figueira, para gerenciar a instituição. Segundo o documento, a gestora “ausenta-se e reaperece quando bem entende e na sua falta deixa uma assistente sem poder de decisão. [...] O resultado é a falta de medicação, material e manutenção, deixando o hospital numa situação calamitosa”.
De acordo com o grupo de profissionais que assinam o documento, o último grande investimento feito na unidade aconteceu entre os anos de 2004 e 2006, quando foi construída a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e instalados equipamentos dos setores de tomografia e radiografia. Contudo, os médicos alegam que o governo estadual, ainda que avisado, não efetuou as devidas manutenções nos aparelhos, o que teria ocasionado sua perda, assim como a interdição de quatro dos seis leitos da UTI.
Ainda com relação ao caos instalado na Unidade de Terapia Intensiva, os médicos denunciam a falta de medição e de material para proporcionar aos pacientes uma nutrição adequada. A maior parte dos equipamentos eletrônicos e ventiladores mecânicos, de acordo com os profissionais, atualmente não funciona, o que forçou o hospital a liberar apenas dois leitos.
O bloco cirúrgico da unidade possui apenas um carro de anestesia, o que limita os médicos a só realizarem procedimentos de urgência. Não há salas de recuperação pós-anestésicas e a maternidade, que seria responsável pela realização de cerca de duzentos partos por mês, não conta com neonatologista, e a pediatra de plantão só comparece ao local de trabalho em alguns dias da semana.
A principal sala de cirurgia possui um gotejamento permanente causado pela falta de reparos no condicionador de ar, infiltração localizada acima de uma das tomadas do cômodo. Outas duas salas possuem reparos nas paredes com reboco aparente. Das três autoclaves disponíveis na unidade, apenas uma funciona.
O grupo denuncia, ainda, a ocupação de cargos técnicos por funcionários terceirzados, contratados para exercer funções burocráticas, mas que atuam como técnicos de enfermagem. Os valores repassados pelo governo estadual para a unidade também é criticado pelo grupo. Segundo eles, a verba mensal de R$ 269 mil não sustenta um hospital de tal porte.
Entre as sugestões apontadas pelos médicos para melhorar os problemas apontados estão: o aumento do valor do cofinanciamento; fim da ingerência política para nomeação da diretoria por meio de concurso mediante seleção simplificada e lista tríplice; capacitação do escolhido para assumir a direção com um mínimo de conhecimento administrativo; concurso urgente para o pessoal da enfermagem; contratação de outros profissionais essenciais para uma boa assistência (fisioterapeutas, farmacêuticos e nutricionistas); fechamento temporário da UTI e reforma dos equipamentos; abertura de procedimento investigativo para apurar responsabilidades e avaliar penalidades, tanto de médicos como do Governo do Estado.
Fonte: Blog do Magno Martins

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Caruaru - Vereadores queriam vantagens

É muito fácil entender o que ocorreu, ontem, em Caruaru, onde 10 vereadores foram recolhidos ao xadrez. Embora o processo transcorra em segredo de justiça, o que apurei é que os parlamentares teriam tornado público, inclusive ocupando horários nobres em emissoras de rádio, o desejo de só votar favoráveis a projetos tendo alguma compensação financeira.
As chantagens ocorreram não apenas em votações de matérias de amplo interesse da Prefeitura, mas que viessem também beneficiar de forma direta ou indireta empresários. O pedido de propina era do conhecimento de todos na Câmara de Vereadores, desde o mais simples vigilante aos próprios colegas de Casa que nunca recorreram a esse tipo de expediente.
Como a estratégia era aberta, escandalosa, em bochichos de corredores, no cafezinho ou em qualquer recinto da Câmara, os 10 parlamentares tiveram seus telefones grampeados pela Polícia.
Com base nas gravações, nas quais o pedido de vantagens financeiras estava claramente comprovado, a Polícia não teve dificuldade em chegar ao grupo e efetuar as prisões. Nas conversas, nada que possa comprometer o prefeito ou algum auxiliar dele, porque as gravações mostram falas de representantes do poder municipal se negando a ceder a qualquer tipo de chantagem.
“Eles diziam abertamente, em qualquer lugar, que só votavam mediante pagamento”, revelou uma fonte do blog que acompanhou o processo de perto em Caruaru. Presos, os acusados vão negar até o fim, mas o crime já está provado e documentado.
A justiça que manda prender é a mesma que solta, mas na volta desses parlamentares a Câmara de Caruaru está obrigada a abrir o processo de cassação, para, de forma impiedosa, não permitir que nenhum continue exercendo o mandato.
Fonte: Blog do Magno Martins

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Belo Jardim - Vereadores aprovam contratação de parentes para primeiro escalão da prefeitura



A Câmara de Belo Jardim, cidade do agreste pernambucano a 187 quilômetros do Recife, aprovou na noite de ontem, terça-feira (17) o projeto de lei enviado pelo prefeito João Mendonça (PSD) que permite a contratação de parentes do prefeito e dos vereadores para cargos de confiança no primeiro escalão do governo municipal, como secretarias. A proposta altera uma lei municipal editada em 2009 que proíbe a contratação de familiares para qualquer uma dessas posições. O projeto foi aprovado por sete votos contra quatro, após quase duas horas de debate. Além dos três vereadores de oposição, o governista Gilvandro Estrela (PV) votou contra a proposta por ser autor da lei anterior. Uma segunda sessão está marcada para esta quarta (18) porque o projeto precisa passar por uma segunda votação antes de virar lei.
Em Belo Jardim, a revisão do projeto é vista como uma resposta do prefeito para o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) que solicitou, em abril deste ano, uma recomendação para demissão dos parentes que ocupam algum cargo comissionado no município. A recomendação não foi cumprida e a procuradora Ana Clézia Ferreira ingressou com uma ação por improbidade administrativa contra 11 pessoas, incluindo o prefeito e três vereadores. Com a revogação da lei que proibia essas contratações, a ação pode perder força.
Aproximadamente 200 pessoas acompanharam a votação, inclusive do lado exterior da Câmara. Quatro viaturas da Polícia Militar foram disponibilizadas para acompanhar a sessão, temendo algum tumulto. Os vereadores Tenente (PTB), Rafael Lopes (PT) e Silvano Galvão (PTB) criticaram a proposta, enquanto os vereadores Jair Fernando (PMDB), Euno Filho (DEM) defenderam o projeto. Gilvandro Estrela também se pronunciou.
Em Belo Jardim, a primeira dama Isabele Mendonça ocupa a Secretaria de Ação Social; Ana Jatobá, cunhada do prefeito, comanda a Secretaria de Saúde; André Rocha, cunhado de João Mendonça, é o atual secretário de Produção e Desenvolvimento Rural; a avó do vereador Jair Fernando, Elizabete Gomes, ocupa a Secretaria Especial da Mulher; o presidente da Autárquia Educacional, José Wilson, é casado com a vereadora Patrícia Maria; já a diretora do Fundo de Previdência Municipal, Sílvia Renata, é filha da vereadora Maria da Paz.
*Com informações de André Luiz Melo, repórter da TV Jornal Caruaru.
Fonte: Blog do Jamildo

domingo, 15 de dezembro de 2013

Presidente do Sindsaúde-PE apela para se eternizar no poder, afirma Miqueas Veloso, dirigente da ASUPE



Não bastasse as constantes investidas do Governo do Estado para acabar com a carreira dos servidores estaduais da saúde, não abrindo concurso público, terceirizando e sucateando o serviço nos hospitais para justificar a implantação das OS’s, precarizando os serviços com falta de estrutura e baixos salários e diminuindo nossa produtividade  atrasando o pagamento dos plantões extras, agora temos como inimigo nosso próprio sindicato.
Pois é, a direção do Sindsaúde-PE, usando de uma manobra oportunista para se manter no poder,  está desprezando os servidores públicos estaduais da saúde para dar prioridade aos servidores municipais do interior do Estado.
Segundo informação de um diretor do próprio Sindsaúde, que prefere não se identificar, hoje os servidores municipais já chegam a 40% do total de filiados na entidade. Pelas frequentes caravanas para o interior promovidas pela atual direção com objetivo de filiar novos servidores interioranos, o diretor acredita que brevemente o servidor público estadual perderá a importância para a diretoria do sindicato. 
Tal processo tem um agravante: em sua maioria, esses servidores municipais nem sempre são estatutários. O regime de trabalho ao qual são vinculados muitas vezes é o de celetista e em outros casos até contratados.
E o mais grave é que a direção não fez nenhuma Assembleia para discutir o assunto com os servidores estaduais, os quais mantiveram o Sindsaúde vivo até agora, apesar das desastrosas gestões que passaram  e que prejudicam diretamente a vida do sofrido servidor da saúde do Estado de Pernambuco.
Sabemos que não há impedimento estatutário para tal prática, pois no último congresso, Consaúde de 2004, os participantes aprovaram essa aberração estatutária.  Portanto, temos que considerar esta forma de se manter no poder, agindo de modo desrespeitoso para com o servidor estadual da saúde, antiética e principalmente imoral.
Sugerimos a atual direção do Sindsaúde-PE  que crie um sindicato municipalista da saúde. Desta forma poderá acomodar os servidores municipais que votaram na última eleição, já que os servidores estaduais da saúde disseram NÃO a atual gestão do sindicato no pleito eleitoral de 2013. Vamos acordar servidor estadual da saúde!
Miqueas Veloso

Fonte: A Hora da Renovação

domingo, 8 de dezembro de 2013

As indicações de Figueira nos governos



Antônio Carlos Figueira nunca exerceu cargos eletivos. Sua essência, entretanto, não deixa dúvidas: é um político nato. Sorridente, bem vestido e cultivando um bigode proeminente, dizem, era a aquisição dos sonhos do governador Eduardo Campos (PSB) para gerir a saúde do Estado. Literalmente. Sua influência é tanta no governo estadual que foi ele o responsável pela indicação de boa parte dos secretários de saúde nos municípios da Região Metropolitana do Recife (RMR).
Na lista dos indicados estão os secretários de saúde do Recife, Jailson Correia, de Olinda, Tereza Miranda, de Paulista, Alberto Luis Alves de Lima, de Moreno, Maria do Carmo de Andrade Campos, de Camaragibe, Caio Mário Melo, de São Lourenço da Mata, Cláudio Albanez, e de Ipojuca, Zelma Pessôa.
O secretário estadual montou uma verdadeira rede de influência nas secretarias da região. Nascido no Recife, Antônio Figueira tem 52 anos e é médico especializado em administração hospitalar. Desde que o Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip) passou a gerir os hospitais estaduais construídos durante a gestão atual, no sistema de Organizações Sociais (OS), o auxiliar do governador Eduardo Campos, contudo, angariou antipatia da classe médica.
O Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) vem promovendo diversas inspeções nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), também administradas pelo Imip, atualmente o maior empregador do Estado na saúde, com orçamento de R$ 1 bilhão.
Desde que foi expedida a decisão liminar pela Justiça determinando seu afastamento - que terminou suspensa pelo Pleno do Tribunal Regional Federal da 5ª Região - ele não foi visto em eventos públicos. Figueira é um auxiliar que segue à risca as determinações do chefe, característica que o alçou a condição de "cotado" na bolsa de apostas da sucessão estadual. Condição esta atualmente em suspenso.
Conhecido pelo perfil simpático e falante, foi mordido pela "mosca azul" da política antes mesmo da administração Eduardo Campos. Ainda que tenha se filiado ao PSB apenas este ano, o secretário foi adjunto da mesma pasta na gestão do ex-governador Miguel Arraes, nos segundo e terceiro governos do socialista.
Figueira está na função desde dezembro de 2011. O secretário rebate a versão de que teria indicado todos os ocupantes de secretarias de saúde na RMR. Diz que foram apenas sugestões. "Deixei os prefeitos muito à vontade. Sugeri o de Paulista, Ipojuca", admite.
Fonte: Blog do Jamildo