Antônio Carlos Figueira nunca exerceu cargos eletivos. Sua essência,
entretanto, não deixa dúvidas: é um político nato. Sorridente, bem vestido e
cultivando um bigode proeminente, dizem, era a aquisição dos sonhos do
governador Eduardo Campos (PSB) para gerir a saúde do Estado. Literalmente. Sua
influência é tanta no governo estadual que foi ele o responsável pela indicação
de boa parte dos secretários de saúde nos municípios da Região Metropolitana do
Recife (RMR).
Na lista dos indicados estão os secretários de saúde do Recife, Jailson
Correia, de Olinda, Tereza Miranda, de Paulista, Alberto Luis Alves de Lima, de
Moreno, Maria do Carmo de Andrade Campos, de Camaragibe, Caio Mário Melo, de
São Lourenço da Mata, Cláudio Albanez, e de Ipojuca, Zelma Pessôa.
O secretário estadual montou uma verdadeira rede de influência nas
secretarias da região. Nascido no Recife, Antônio Figueira tem 52 anos e é
médico especializado em administração hospitalar. Desde que o Instituto de
Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip) passou a gerir os
hospitais estaduais construídos durante a gestão atual, no sistema de
Organizações Sociais (OS), o auxiliar do governador Eduardo Campos, contudo,
angariou antipatia da classe médica.
O Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) vem promovendo diversas
inspeções nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), também administradas pelo
Imip, atualmente o maior empregador do Estado na saúde, com orçamento de R$ 1
bilhão.
Desde que foi expedida a decisão liminar pela Justiça determinando seu
afastamento - que terminou suspensa pelo Pleno do Tribunal Regional Federal da
5ª Região - ele não foi visto em eventos públicos. Figueira é um auxiliar que
segue à risca as determinações do chefe, característica que o alçou a condição
de "cotado" na bolsa de apostas da sucessão estadual. Condição esta
atualmente em suspenso.
Conhecido pelo perfil simpático e falante, foi mordido pela "mosca
azul" da política antes mesmo da administração Eduardo Campos. Ainda que
tenha se filiado ao PSB apenas este ano, o secretário foi adjunto da mesma
pasta na gestão do ex-governador Miguel Arraes, nos segundo e terceiro governos
do socialista.
Figueira está na função desde dezembro de 2011. O secretário rebate a
versão de que teria indicado todos os ocupantes de secretarias de saúde na RMR.
Diz que foram apenas sugestões. "Deixei os prefeitos muito à vontade.
Sugeri o de Paulista, Ipojuca", admite.
Fonte: Blog do Jamildo
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