Depois de votação
nesta quarta-feira (4), os desembargadores do Tribunal Regional Federal da 5ª
Região (TRF5) decidiram manter a decisão monocrática do presidente do Tribunal,
desembargador federal Francisco Wildo Lacerda Dantas, e confirmaram o
entendimento do relator de suspender a sentença que afastava Antônio Figueira
do cargo de secretário de Saúde de Pernambuco. A decisão teve o aval de todos
os 14 magistrados.
Com relação à
reabertura do Centro de Transplantes de Medula Óssea de Pernambuco (CTMO), o
caso poderá ser discutido em grau de apelação.[
“A suspensão dos
efeitos da sentença limita-se, unicamente, a apreciar se há manifesto interesse
público ou flagrante ilegitimidade, e para evitar grave lesão à ordem, à saúde,
à segurança e à economia públicas. Não importa, por conseguinte, a reforma do
ato judicial atacado, daí porque a cognição levada a efeito revela-se diferente
daquela observada no julgamento dos recursos (apelação)”,afirmou o relator.
Por enquanto, estão
suspensos os efeitos da sentença inicial pelo afastamento do secretário, que
havia sido proferida na última terça-feira (26) pelo juiz da 1º Vara Federal,
Roberto Wanderley, e determinava a renúncia imediata de Figueira e a reabertura
do Centro de Transplantes de Medula Óssea (CTMO) do Hemope.
De acordo com a
decisão do pleno, o procurador Geral do Estado, Thiago Norões, afirmou que é
praticamente impossível o cumprimento da sentença. "A ação popular vai
continuar, porque ela tem que prosseguir até o fim, mas vamos entrar com
recursos de apelação."
A suspensão da
sentença foi dada em primeira instância, pelo presidente do TRF5. Com a votação
do pleno, a ação vai para segunda instância, onde o Tribunal irá apreciar os
recursos oferecidos pelo Estado e pela União.
"A sentença
(do juiz Roberto Wanderley) é completamente absurda. É uma ação midiática e
histriônica e que teve momentos de ruídos desde o momento em que a liminar foi
dada", afirmou Norões.
SOBRE O CASO
Antonio Jordão de
Oliveira Neto, ex-presidente do Sindicato dos Médicos de Pernambuco e
secretário das Relações Trabalhistas do Conselho Regional de Medicina, e
Liliane Medeiros Viana Peritore, diretora da Associação dos Amigos do
Transplante de Medula Óssea (ATMO), ajuizaram ação popular contra a União, o
Governo do Estado de Pernambuco e o Instituto de Medicina Integrada de
Pernambuco (IMIP), com o intuito de anular dois atos do governo estadual:
a nomeação do secretário de saúde do estado e o fechamento do CTMO.
A alegação era que
Antonio Carlos Figueira não tinha condições de ser nomeado para o cargo de
secretário de Estado, pois presidia o IMIP, fundação que tinha vários contratos
com o Governo do Estado. Por outro lado, os autores da ação exigiam a
reabertura do CTMO, sob a fundamentação de que transferir as atividades, antes desempenhadas pela unidade, para o Hospital Português, pelo Sistema Único de Saúde, geraria custos adicionais e reduziria a capacidade de oferta de leitos pelo estado.
reabertura do CTMO, sob a fundamentação de que transferir as atividades, antes desempenhadas pela unidade, para o Hospital Português, pelo Sistema Único de Saúde, geraria custos adicionais e reduziria a capacidade de oferta de leitos pelo estado.
O Juízo do Primeiro
Grau proferiu sentença declarando nulo o ato de nomeação do secretário e
determinando a reabertura do Centro de Transplante. A Procuradoria do Estado de
Pernambuco ajuizou pedido de Suspensão de Sentença, com a finalidade de
convalidar os atos de nomeação do gestor e fechamento do CTMO, que foi
concedido pelo TRF5. Os médicos ajuizaram agravo regimental dessa decisão.
Fonte: Jornal do Commercio
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