Sob pressão interna
e dos acontecimentos nas ruas, a mesa diretora da Assembleia Legislativa fez,
ontem, uma reunião fechada e tensa para discutir pontos de divergência na Casa
e na relação com o governo do Estado. O colegiado decidiu cortar comissionados
– na área de administração, admitindo também reduzir nos gabinetes – e
transferir as vagas necessárias para um concurso público no segundo semestre, e
chegou a discutir insatisfação da bancada governista com o Executivo estadual e
com a liderança do governo no Legislativo.
Informações
levantadas pelo JC e
passadas nos bastidores da Assembleia revelam que, para dobrar insatisfações, o
presidente Guilherme Uchoa (PDT) esteve com o governador Eduardo Campos (PSB),
na sede provisória do governo, no Centro de Convenções, analisando o levante
das ruas no País e discutindo problemas na base governista. Uchoa obteve de
Eduardo a autorização para anunciar que, até o final do ano, o governo pagará
todas as emendas parlamentares de 2013 – proposta transformada em obrigação
constitucional, por iniciativa do próprio governador –, uma das insatisfações
dos deputados.
“Nós destinamos as
emendas aos municípios. Há uma pressão porque algumas não foram liberadas.
Uchoa foi ao governo pedir uma posição”, confirmou um parlamentar, sob
discrição. Em meio à análise do momento do País e estando a Casa no limite da
Lei de Responsabilidade Fiscal, com pessoal, a mesa concluiu pela necessidade
de cortar cargos em comissão e fazer concurso público. Hoje, a Assembleia tem
1.833 comissionados (1.701 nos gabinetes) e só 264 efetivos. “Será na
administração, mas haverá estudo, em julho, para definir necessidades. Pode ter
corte nos gabinetes, mas não ficou definido. O estudo vai decidir”, disse um
deputado.
A mesa também tocou
num ponto delicado entre os governistas (40 dos 49 deputados). Há uma
insatisfação com a atuação do líder do governo, Waldemar Borges (PSB). Por
questões de saúde, esteve muito ausente no semestre, o que obrigou até o
presidente Guilherme Uchoa, em várias ocasiões, a passar a presidência para ir
ao plenário defender o Executivo dos ataques da oposição. “Uchoa tem segurado a
boiada. Não há debate com a oposição e os projetos do governo são aprovados sem
discussão. Isso pode ser cobrado em 2014”, explicou a fonte.
O líder do governo,
Waldemar Borges, não foi localizado nem retornou as chamadas.
Fonte: JC Online
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