terça-feira, 2 de julho de 2013

Greve articulada entre centrais sindicais assusta o Planalto

O Palácio do Planalto tem trabalhado intensamente para evitar que novas manifestações, desta vez na área trabalhista, desgastem ainda mais a imagem do governo. Oito centrais sindicais pretendem colocar nas ruas milhares de trabalhadores, no próximo dia 11, nas principais capitais do país, para pressionar a presidente Dilma Rousseff a tirar da gaveta uma pauta que inclui fim do fator previdenciário, jornada de 40 horas semanais e política salarial para aposentados.
Os sindicalistas não descartam a ideia de uma greve geral, o que tem alarmado o governo, que tenta convencê-los de que não é o momento para ânimos exaltados. O secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, tem conversado com a Central Única dos Trabalhadores (CUT), principal aliada do PT no meio sindical, para tentar segurar o ímpeto do movimento.
O Planalto teme perder o controle dos movimentos trabalhistas num momento em que a inflação pesa cada vez mais no bolso da população, alimenta os protestos populares e estimula reivindicações por reposição de salários. Para piorar, o segundo semestre concentra as datas-bases de negociação salarial de categorias profissionais com grande poder de mobilização, como bancários, petroleiros e metalúrgicos, o que pode colocar o governo em rota aberta de colisão com setores sociais que quase sempre o apoiaram.
Tensão
Na última conversa entre o governo e as centrais, na quarta-feira passada, o clima foi de tensão. Segundo o líder da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, Dilma não mostrou interesse no diálogo. “A presidente falou durante 40 minutos, ouviu a contragosto as centrais, levantou-se e foi embora, sem nenhuma proposta”, contou. “Achamos que só há um caminho: colocar os trabalhadores nas ruas”, completou Paulinho, como é chamado.
Entre as categorias que podem paralisar as atividades no dia 11 estão categorias como metalúrgicos e portuários. Em São Paulo, ônibus e metrô também devem ficar sem circular por algumas horas. Em Brasília, servidores públicos e o Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST) também devem engrossar o movimento.
A lista de reivindicações inclui ainda a reforma agrária e o controle da inflação. Amanhã, as centrais se reúnem com o governo para discutir outra pauta: eles pretendem retirar do Congresso o projeto que regulamenta a terceirização de mão de obra. Além da Força Sindical e da CUT, participam da liderança da manifestação a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), a União Geral dos Trabalhadores (UGT), a Nova Central e três outras entidades ainda não legalizadas.

Fonte: Correio Braziliense

Nenhum comentário:

Postar um comentário