O
Palácio do Planalto tem trabalhado intensamente para evitar que novas
manifestações, desta vez na área trabalhista, desgastem ainda mais a imagem do
governo. Oito centrais sindicais pretendem colocar nas ruas milhares de
trabalhadores, no próximo dia 11, nas principais capitais do país, para
pressionar a presidente Dilma Rousseff a tirar da gaveta uma pauta que inclui
fim do fator previdenciário, jornada de 40 horas semanais e política salarial
para aposentados.
Os
sindicalistas não descartam a ideia de uma greve geral, o que tem alarmado o
governo, que tenta convencê-los de que não é o momento para ânimos exaltados. O
secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, tem conversado com a
Central Única dos Trabalhadores (CUT), principal aliada do PT no meio sindical,
para tentar segurar o ímpeto do movimento.
O
Planalto teme perder o controle dos movimentos trabalhistas num momento em que
a inflação pesa cada vez mais no bolso da população, alimenta os protestos
populares e estimula reivindicações por reposição de salários. Para piorar, o
segundo semestre concentra as datas-bases de negociação salarial de categorias
profissionais com grande poder de mobilização, como bancários, petroleiros e
metalúrgicos, o que pode colocar o governo em rota aberta de colisão com
setores sociais que quase sempre o apoiaram.
Tensão
Na
última conversa entre o governo e as centrais, na quarta-feira passada, o clima
foi de tensão. Segundo o líder da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, Dilma
não mostrou interesse no diálogo. “A presidente falou durante 40 minutos, ouviu
a contragosto as centrais, levantou-se e foi embora, sem nenhuma proposta”,
contou. “Achamos que só há um caminho: colocar os trabalhadores nas ruas”,
completou Paulinho, como é chamado.
Entre
as categorias que podem paralisar as atividades no dia 11 estão categorias como metalúrgicos e portuários. Em São Paulo, ônibus e
metrô também devem ficar sem circular por algumas horas. Em Brasília,
servidores públicos e o Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST) também
devem engrossar o movimento.
A
lista de reivindicações inclui ainda a reforma agrária e o controle da
inflação. Amanhã, as centrais se reúnem com o governo para discutir outra
pauta: eles pretendem retirar do Congresso o projeto que regulamenta a terceirização
de mão de obra. Além da Força Sindical e da CUT, participam da liderança da
manifestação a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), a
União Geral dos Trabalhadores (UGT), a Nova Central e três outras entidades
ainda não legalizadas.
Fonte: Correio Braziliense
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