A Polícia Federal
pediu abertura de investigação sobre contratos da empresa Ideia Digital com a
gestão do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), cotado para disputar
a Presidência da República em 2014.
A empresa assinou
contratos de R$ 77,5 milhões no Estado para informatizar escolas --já foram
pagos R$ 51,2 milhões. Segundo a PF, um dos contratos em Pernambuco tem
indícios de superfaturamento. O pedido de investigação foi enviado ao
Ministério Público Estadual.
A PF também pede
que as investigações sobre outras autoridades sejam aprofundadas --entre elas a
do ministro Aguinaldo Ribeiro (Cidades) e a de dois deputados federais.
A Ideia Digital é
suspeita de financiar ilegalmente campanhas do PSB e do PSD.
Como a Folha publicou
ontem, investigação da PF aponta que verbas de convênio do Ministério da
Ciência e Tecnologia com a Prefeitura de João Pessoa foram desviadas para
financiar campanha do governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), em 2010.
O dinheiro teria
sido desviado em contrato com a Ideia Digital, vencedora de licitação para
implantar um projeto de internet grátis em João Pessoa. Na época, Coutinho era
prefeito de João Pessoa.
Em dois contratos
em 2011, o governo de Pernambuco usou os mesmos critérios usados no caso da
Paraíba. Outro contrato foi assinado em 2012.
Em depoimento já no
final da investigação da PF, um dos suspeitos afirmou que a Ideia Digital
"tinha acesso irrestrito ao próprio Ministério da Ciência e
Tecnologia", que foi comandado por Campos em 2004 e 2005.
POLÍTICOS
Como políticos com
foro privilegiado só podem ser investigados com autorização do STJ (Superior
Tribunal de Justiça) e do STF (Supremo Tribunal Federal), a PF sugere que as
investigações sejam encaminhadas a esses tribunais.
No caso do ministro
das Cidades, uma testemunha apontou uma relação entre Ribeiro e representantes
da Ideia Digital "antes mesmo do procedimento licitatório". Ribeiro
era secretário de Ciência e Tecnologia de João Pessoa quando o programa foi
lançado.
A PF também viu
indícios de pagamentos da Ideia aos deputados Efraim Filho (DEM-PB) e Valtenir
Pereira (PSB-MT) e diz haver "reluzentes suspeitas" de que a empresa
pagou R$ 235 mil em material de campanha de Pereira usando empresas fantasmas.
Fonte: Folha S.Paulo
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