O presidente do STF
(Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, usou aviões da Força Aérea
Brasileira por duas vezes desde que assumiu a presidência do tribunal, em
novembro.
Segundo nota da
assessoria do tribunal, Barbosa foi em uma aeronave da FAB a Natal, em abril,
para inspeção em comarcas. Em maio, foi à Costa Rica participar de conferência.
A nota da assessoria não informou os custos das viagens.
Desde ontem, o
governo exibe na internet os dados sobre voos oficiais. A medida foi tomada
após a Folha revelar
que ministro e presidentes da Câmara e do Senado usaram aviões da FAB para ir a
jogos de futebol e até a casamento.
De acordo com a
nota da assessoria, Barbosa determinou a publicação de dados das viagens de
todas as autoridades do tribunal em aviões da FAB. Mas, segundo a própria
assessoria, os outros dez ministros da corte não têm poder para solicitar essas
aeronaves.
RELEMBRE OS CASOS
O Painel da Folha revelou
no dia 4 de julho que o presidente do Congresso Nacional, senador Renan
Calheiros (PMDB-AL), usou o avião da FAB para ir ao casamento da filha do líder
do PMDB na Casa, Eduardo Braga (AM), que ocorreu em Trancoso (BA) e reuniu
diversas autoridades.
Renan devolveu R$
32 mil aos cofres públicos relativos ao uso da aeronave oficial no dia 15 de
junho entre as cidades de Maceió, Porto Seguro e Brasília para participar do
casamento.
http://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/13443-henrique-eduardo-alves#foto-296358
No dia 5 de julho,
a Folha também
revelou que o ministro Garibaldi Alves Filho, da Previdência Social, viajou ao
Rio em avião da FAB para ver o jogo do Brasil. No dia 28 de junho, Garibaldi
foi a Fortaleza em agenda oficial. Em vez de voltar a Brasília, ele voou para o
Rio, onde assistiu à partida no domingo. "Me senti no direito de o avião
me deixar onde eu quisesse ficar", afirmou o ministro.
Garibaldi é primo
do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que usou outro avião
da FAB para ver o jogo da seleção. A Folha revelou
no dia 3 de julho que Alves levou sete convidados de Natal para o Rio. Glauber
Gentil, que foi para o Rio com Garibaldi, pegou carona com Alves para voltar a
Natal.
No mesmo dia, o
presidente da Câmara disse que errou ao permitir que sete parentes pegassem
carona em um avião da FAB para assistir ao jogo da seleção e devolveu à União
R$ 9,7 mil, segundo ele, equivale em bilhetes comerciais à carona dada a
parentes em avião oficial.
A Procuradoria da
República no Distrito Federal apura se houve irregularidade.
Fonte: Folha de S.Paulo
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