sábado, 13 de julho de 2013

Oposição considera MP dos médicos inconstitucional e pede revogação

O líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), pediu ao presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), a revogação da medida provisória que criou o programa Mais Médicos, lançado nesta semana pela presidente Dilma Rousseff em mais uma ação em resposta às manifestações de rua.
O programa prevê a ampliação da graduação de medicina em dois anos e permite a entrada de médicos estrangeiros sem a revalidação do diploma para atuar no país.
Para Caiado (GO), a medida é inconstitucional e não respeita os critérios de urgência e relevância exigidos pela Constituição para edição de uma Medida Provisória. Outro argumento é que o texto fere o direito o exercício de liberdade do exercício profissional.
No questionamento, o oposicionista propõe duas alternativas à revogação da MP: edição de nova medida adequando todo o texto à norma constitucional ou a revogação e edição de MP incluindo apenas temas urgentes, como a contratação de médicos já formados no país ou estrangeiros com diplomas revalidados.
Na MP, o governo determina que o estudante de medicina a trabalhar durante dois anos no SUS (Sistema Único de Saúde) após cursar os seis anos já exigidos atualmente.
"Não procede o argumento que o governo tenta empurrar goela abaixo da Nação de que o segundo ciclo nos cursos de medicina destina-se à melhoria do sistema de saúde. Na verdade, a pretensão governamental consiste única e exclusivamente em resolver as deficiências do Estado no setor, não se podendo aceitar que para isso o poder público imponha arbitrária e unilateralmente o local onde médicos ou quaisquer outros profissionais devem a prestar serviços, suprimindo-lhes seu direito de escolha", afirmou Caiado, que é médico.
Não há prazo para que o presidente do Congresso responda à demanda do líder do DEM. Uma das principais críticas ao programa é o fato de não exigir que os médicos estrangeiros passem pelo exame nacional para validação do diploma obtido no exterior.
"Não somos contra a vinda dos médicos, mas queremos que seja feito o Revalida. Não podemos ter aqui um profissional de segunda classe", afirmou o deputado Izalci (PSDB-DF).
O deputado Costa Ferreira (PSC-MA) reforçou o discurso. "É preciso fazer um rastreamento e submeter as pessoas a um teste."
Integrantes da bancada da saúde no Congresso também já articulam mudanças no texto. Uma das medidas seria acelerar a tramitação de uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que estabelecem diretrizes para organização de uma carreira única de Estado para médicos.
A PEC determina que os médicos sejam nomeados de acordo com a classificação no concurso público para trabalhar em regime de dedicação exclusiva, ou seja, não poderão ocupar outra função pública a não ser o magistério.
O líder do PT, deputado José Guimarães (CE), saiu em defesa da proposta que, segundo ele, é essencial para melhorar os serviços públicos de saúde.
"A presidenta está dizendo: quero levar médicos, nós vamos levar médicos para atender a toda população carente do País. Faz-se uma chamada pública, e os médicos brasileiros terão prioridade. Se os médicos brasileiros não toparem ir para as cidades mais distantes, ela contratará médicos estrangeiros."

Fonte: Folha de S.Paulo

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